O homem suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha, de 10 anos no Espírito Santo foi preso na madrugada desta terça-feira, 18. A informação foi divulgada no Twitter pelo governador do estado, Renato Casagrande (PSB).

Informações extraoficiais dão conta de que o homem de 33 anos, tio da menina, teria sido localizado em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foragido, o ex-presidiário já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma.

O novo mandado de prisão, por estupro de vulnerável, foi expedido pela 3ª Vara Criminal de São Mateus, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), na quarta-feira passada, dia 12.

Por meio de nota enviada nesta manhã à reportagem da TV Alterosa, a Polícia Civil do Espírito Santo informou que investigadores do município de São Mateus, onde o crime ocorreu, disseram que o homem foi encontrado nesta madrugada na Grande BH, sem informar o município. A instituição vai realizar uma coletiva de imprensa sobre a prisão.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que casos como o da menina de 10 anos se repetem pelo Brasil. Dos 1.024 abortos permitidos por razões médicas entre janeiro e junho deste ano, 35 foram de meninas de até 14 anos, conforme a plataforma DataSus, do Ministério da Saúde. Em 2019, o total foi de 72 – média de uma a cada cinco dias.

Menina passa bem após aborto legal

Profissionais de saúde responsáveis pela interrupção da gestação da menina confirmaram a realização do procedimento. A menina foi transferida de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora. Desde domingo, a menina está internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), que fica no Bairro da Encruzilhada. Ao longo do dia, diversas pessoas se manifestaram, a favor e contra o procedimento médico, que é assegurado pela lei em caso de estupro e quando a gravidez representa risco para a mãe.

O caso se tornou público depois que a menina deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida de cerca de três meses.

De acordo com o gestor executivo e diretor do Cisam, o médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, o procedimento de interrupção da gestação, pelo qual ele foi responsável, teve início no domingo e foi finalizado ontem. “Ontem (domingo) mesmo foi procedido o óbito fetal, então não tem mais vida, o feto. E hoje (ontem) vamos proceder com o esvaziamento, que é para causar contrações para expulsão do feto. E esperamos, a partir de amanhã (hoje), em algum momento, que ela tenha condições de alta”, afirmou na manhã de ontem. Questionado sobre o estado de saúde da menina, o médico disse que “ela está bem, com apoio psicológico, assistência social e a avó. Está tendo algumas contrações, cólicas, mas está bem”.

Segundo a coordenadora de enfermagem do Cisam, Maria Benita Spinelli, a instituição optou pelo tipo de procedimento menos invasivo possível. Benita Spinelli explicou ainda que a menina deveria sentir algumas dores de contrações, mas que são dores esperadas e que não demonstram risco para a paciente. “Elas estão bem (a menina e a avó), acolhidas, estão em uma enfermaria, sendo bem cuidadas por toda a nossa equipe profissional e aguardando o desfecho. Assim que ela estiver bem, em condições de alta, sem nenhum sangramento ou processo infeccioso, ela poderá voltar para a cidade dela.”

Protestos

No domingo, grupos religiosos fizeram atos, numa espécie de barreira humana na frente do Cisam para tentar impedir a entrada do médico responsável pelo procedimento na unidade de saúde. Ao chegar ao local, o médico foi recebido aos gritos de “assassino”. Vídeos do momento circulam nas redes sociais.

EM

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