O Delegado Chefe da Polícia Federal em Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D´Angelo, e o Promotor de Justiça, Luiz Henrique Acquaro Borsari, receberam no final da tarde desta quarta-feira (9), em nome da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual, respectivamente, o relatório da CPI do Ipremu, que foi lido e aprovado por membros da comissão durante sessão legislativa ordinária da segunda-feira passada, dia 7 e que apurou e investigou possíveis irregularidades nas aplicações do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia – IPREMU, em fundos de investimento de risco.
O documento foi entregue pessoalmente por vereadores que fizeram parte da CPI, Wilson Pinheiro (PP) (presidente), Juliano Modesto (SD) (relator) e Michele Bretas (PSL) (membro).
De acordo com o relatório entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público, ficou comprovada a ilegalidade em diversos investimentos feitos em fundos considerados de alto risco, durante a gestão de 2013 a 2016, uma vez que as aplicações não atenderam a devida qualificação de “investidor qualificado ou profissional” conforme previsto em lei.
Do total das aplicações efetuadas entre 2013 e 2016 (R$ 630.497.591,32), cerca de R$ 348,6 milhões estão alocados em mais de 20 fundos de investimento e já houve perda total ou parcial dos recursos.
Outro ponto destacado no relatório foi a destituição dos servidores de carreira do Comitê de Investimentos no fim de 2013, para a composição do novo comitê formado pelo ex-superintendente e outros membros escolhidos por ele. Dessa forma, as aplicações que tinham manifestação contrária dos antigos membros passaram a ser autorizadas. Em outras ocasiões, as aplicações eram feitas mesmo com a recomendação de cautela do comitê.
Ao deixar o edifício sede do MPE no bairro Tibery, o relator da CPI, Juliano Modesto, afirmou que a comissão, ao entregar o relatório, espera que as autoridades analisem todos os documentos e punam os responsáveis.
Agora, segundo Wilson Pinheiro e Michele Bretas, as cópias do relatório e documentos periciados serão enviadas à Procuradoria de Crimes Praticados por Agentes Públicos em Belo Horizonte e Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG).
Câmara de Uberlândia