Com base nas informações repassadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) sobre o vazamento de água potável no Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae), denunciado na TV Vitoriosa e Portal V9 Vitoriosa, nossa equipe procurou um economista para fazer as contas do impacto deste desperdício para a sociedade.
De acordo com informações apuradas pelo Ministério Público, a vazão da água tratada ocorre há aproximadamente 2 anos.
A quantidade de água que vaza do reservatório da unidade do Dmae, que é de 160 mil litros por dia, segundo o promotor Daniel Marota, daria para abastecer uma família composta por 4 pessoas, durante 266 dias, ou seja, quase um ano.
Foi calculado também a totalidade da água desperdiçada até o momento, se analisarmos o volume diário com a quantidade de dias que o problema acontece. Para isto foi multiplicado 160 mil litros por 730 dias (dois anos). O resultado é de quase 117 milhões de litros de água tratada desperdiçada até agora, em média.
Este montante de água daria para abastecer 195 mil casas com 4 pessoas durante um ano. Segundo o economista, com este número é possível afirmar que a água desperdiçada pelo Dmae nestes dois anos daria para abastecer a cidade toda de Uberlândia por um dia.
Outra situação para exemplificar o impacto, 117 milhões de litros daria para abastecer uma escola com mil alunos por quatro anos.
Nas ruas, a população está espantada com tanto desperdício de água potável por parte do Dmae.
E o economista ainda alerta que não foi levada em conta a quantidade de produtos gastos para tratar a água neste período. “A água, na verdade, não é só o que está sendo desperdiçado. A gente tem que pensar que este desperdício está acontecendo numa água que já está sendo tratada. Então envolve todo um custo de produção, de extrair esta água, tratar, deixá-la pronta para o consumo e ela acaba indo embora. Não é só o impacto ambiental de se desperdiçar água, é um impacto financeiro muito sério nas contas da empresa, que é uma empresa do governo, então a gente acaba pagando a conta duas vezes“, afirma Renan Wurfel, economista.
Repórter Camila Rabelo
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