Após se encontrar com o governador Romeu Zema ontem à tarde, na Cidade Administrativa, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reforçou a preocupação com a possível recomposição salarial dos servidores da segurança pública de Minas, prevista em Projeto de Lei aprovado pela Assembleia e que aguarda sanção ou veto do Executivo mineiro. Zema não deu entrevistas após o encontro.
Doria repetiu o que dissera oras antes, também na capital, onde fez palestra a empresários: para ele, os reajustes salariais aos policiais mineiros (41,7% em três anos) gerariam, se forem sancionados, pressão de servidores da Segurança de outros estados.
“Eu havia dito que é um tema de Minas, uma solução que Minas deve encontrar para essa questão, mas evidentemente que se essa decisão for mantida pode afetar São Paulo e outros estados brasileiros”, afirmou Doria.
O governador paulista garantiu, contudo, que o tema não foi abordado na reunião com Romeu Zema. Segundo o tucano, o encontro só tratou de medidas de conciliação das equipes de Defesa Civil dos dois estados, intercâmbio motivado pelas fortes chuvas que atingiram Minas e São Paulo neste início de ano.
Além dos governadores, participaram da reunião o secretário de Governo de Minas, Bilac Pinto, o chefe da defesa Civil e do Gabinete Militar do governo de Minas, coronel Rodrigo Rodrigues, o coordenador adjunto da Defesa Civil mineira, Tenente Coronel Flávio Godinho, o Secretário Chefe da Casa Militar e coordenador da defesa civil do governo do estado de SP, Coronel Walter Nyakas, e o secretário especial do Estado de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy.
No início da tarde, Doria afirmou que o reajuste para os servidores não era bom para Minas e que as consequências extrapolariam os limites do Estado. “É inviável e pressiona sim (os demais estados) porque estabelece um conceito: se Minas, com dificuldade financeira, pode fazer, e os outros estados, por que não fazer? Porque não têm condição para isso. É preciso que essa decisão seja revista no âmbito da sua legalidade”, afirmou.
Sobre os reflexos nos demais estados, Doria desvinculou o reajuste do que ocorreu no Ceará, com o motim dos policiais. “Não acho que haja conexão, foi uma decisão local, um tema local, que o governador Camilo Santana (PT), com o apoio dos demais governadores, soube conduzir com destreza, com firmeza mas com equilíbrio e diálogo”.
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