Foto: Vinícius Lemos / TV Vitoriosa

Os dezenove policiais civis que foram presos na operação 100 anos de perdão, começaram a ser ouvidos no Palácio da Justiça Rondon Pacheco, no Bairro Tibery.

As audiências começaram na manhã desta segunda-feira, 15. Os promotores que estão acompanhando o caso relataram que todos os policias e testemunhas serão ouvidos nessa primeira audição de instrução.

Um dos agentes ouvido nesta manhã foi o policial,Tiago Rodrigues de Souza, que ficava estacionada na cidade de Patrocínio. Ele é suspeito de comandar todo o esquema. Uma testemunha também foi ouvida.

As audiências devem terminarem na próxima quarta-feira, 17.

Operação

A Operação 100 anos de perdão foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO)  no dia 25 de maio de 2017. Os alvos da investigação foram policiais civis das cidades de Uberlândia, Patrocínio, Uberaba e Araguari.

A operação investiga organização criminosa cuja principal atividade era realizar o saque de cargas de entorpecentes, armas e cigarros contrabandeados, oriundas do estado do Paraná.

A organização criminosa se dividia em dois núcleos: a célula paranaense, comandada pelo policial civil do estado do Paraná, SIDERVAL CERI; a célula mineira, chefiada pelo policial civil de Minas Gerais e lotado na cidade de Patrocínio, THIAGO RODRIGUES DE SOUZA.

O modus operandi da organização criminosa era o seguinte: o núcleo paranaense identificava as cargas que interessavam à sociedade delitiva e então instalava nos caminhões que as transportavam rastreadores via satélite, a fim de monitorar todo o seu deslocamento.

O núcleo mineiro, por sua vez, aguardava a entrada dos caminhões no território de Minas Gerais; os integrantes da célula do estado mineiro, composta, entre outros, por nove policiais civis, fazia a abordagem do veículo, a prisão do motorista e a apreensão da carga.

Contudo, ao invés de seguir os trâmites legais, os integrantes da organização criminosa saqueavam as cargas; após se apoderarem das cargas de armas, drogas e cigarros contrabandeados, a organização criminosa, ou revendiaos produtos para os seus proprietários, ou desviava as mercadorias para posterior venda; nas duas hipóteses, a finalidade da organização criminosa era a obtenção de vultuoso lucro ilícito.

Os motoristas dos caminhões que transportavam as cargas eram mantidos em cárcere privado pelos integrantes da organização criminosa até que os produtos estivessem em local seguro. Com o êxito na desova das cargas, as vítimas eram liberadas, sem sequer serem qualificadas.

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