O número de pessoas que desapareceram em Uberlândia, até o final do mês de agosto, já é maior que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Polícia Militar (PM): 732 casos contra 658.
Problemas familiares, envolvimentos com drogas, dívidas com outras pessoas, problemas psiquiátricos e até mesmo o alcoolismo são citados como principais motivos que fazem uma pessoa entrar para a lista de desaparecidos.
Um desses casos é o do aposentado Hélio Alves, de 67 anos, que está desaparecido desde o último dia 9 de setembro. Ele saiu de casa sem levar documentos ou aparelho celular. A família ainda não consegue compreender o desaparecimento do idoso.
“Ele não tem rixa, não tem nenhuma passagem (pela polícia), ele é tranquilo, não tem nenhum tipo de enfermidade, nenhum lapso de memória. Estamos sem entender e a gente tá desesperado. Como que uma pessoa sai sem nada?”, disse Leonícia Geralda, esposa de Hélio.
O desaparecimento do aposentado, por exemplo, está entre os cinco que foram relatados pela TV Vitoriosa entre os dias 7 e 9 de setembro.
Em todo o ano de 2016, foram registrados 1.029 casos. A faixa etária com o maior número de desaparecidos é de 35 a 64 anos, com um total de 845 pessoas desaparecidas, seguido de adolescentes entre 12 e 17 anos, com 373 casos.
Relação com crimes
O Sargento Teodoro, que faz parte da Patrulha de Prevenção de Homicídio, explica que crimes, como homicídios, também podem ter relação com desaparecimentos.
“A respeito dos desaparecimentos, a gente pega essas ocorrências e faz esses levantamentos para saber o motivo que desapareceu, o porquê do desaparecimento e se está relacionado com o crime para que possa identificar um possível encontro de cadáver e fazer esse alinhamento”, disse.
Ainda assim, o sargento lembra que apenas 8% dos casos de desaparecimentos possuem relação com crimes. “Apenas cerca de 8% das ocorrências é que realmente são pessoas que desaparecem de suas residências por envolvimento com o crime, tanto faz por tráfico de drogas quanto um desacerto comercial”, comentou.
Procurar a polícia é fundamental
A Capitã Patrícia explica que é um importante que parentes relatem o quanto antes o desaparecimento de uma pessoa, para aumentar às chances de encontrá-la.
“Eles podem buscar orientação na Polícia Militar, chegando à sede de uma companhia, com as maiores informações possíveis. Por exemplo, com quem essa pessoa se relacionava e quais os tipos de local que ela frequentava. Por que isso já nos dá um norte pra iniciarmos as buscas e o direcionamento de informações”, disse.
Além de procurar a Polícia Militar, também é fundamental acionar também a Polícia Civil, já que ela que é a responsável por realizar as investigações.
“Nós instauramos um procedimento, chamado procedimento investigatório de pessoa desaparecida, aonde a gente conversa com a família, busca características mais específicas da vítima, como tatuagem, se tem alguma marca no corpo. E a partir daí, a gente inicia as investigações”, explicou a delegada Daniela Novais.
Informações no local: Camila Rabelo