Uma adolescente de 12 anos foi assediada por mensagens em uma rede social e o caso foi parar na delegacia, em Uberlândia. O autor das mensagens, segundo a vítima, é um vizinho dela. Após a mudança de comportamento da filha, a mãe entrou em ação e conseguiu evitar que algo pior acontecesse.

As mensagens assustaram a mãe. Segundo a garota, ele usava expressões pesadas: “tipo falando que ia me chupar, me deixar molhadinha…”

A mulher desabafou com a nossa equipe, disse que a filha passou a ter comportamento mais agressivo, com más respostas e queda nas notas da escola. “A gente pensa que o que acontece com os outros não vai acontecer na sua casa. Infelizmente aconteceu na minha e ainda está acontecendo.” O medo é de que a filha possa sofrer algum tipo de abuso.

A mudança de humor foi apenas o estopim. E a família decidiu investigar. Segundo ela, o vizinho tem 19 anos. A garota entrou na conversa e nem imaginava qual seria o rumo do parecia uma paquera.

As primeiras linhas do bate papo não davam indícios de como o assunto esquentaria. Ele usava o celular da mãe para falar com a menor. Depois da descoberta, a mãe falou com a filha e resolveu procurar ajuda.

Procurou o Conselho Tutelar e a Polícia, mas foi informada de que não poderiam tomar uma atitude imediata. A conselheira tutelar Bianca Cardoso informou que “qualquer tipo de violação de direitos, o Conselho Tutelar está ali para garantir o que foi violado. Especificamente neste caso, como qualquer outros que surgem, a gente dá medidas de proteção a essa adolescente, encaminhando aos órgãos competentes, no caso a Delegacia Especializada, que é quem vai atuar com o suposto abusador.”

A delegada da Polícia Civil, Alessandra Rodrigues, diz que não são raras situações como essa. “Casos que não configuram crime, como este, são inúmeros. A delegacia da Criança e do Adolescente instaura cerca de 150 inquéritos anuais. Aqui na delegacia a maioria das ocorrências dizem respeito a estupro de vulneráveis.”

Mas, apesar disto, esse tipo de caso não é considerado crime quando se restringe a mensagens. “O fato de a criança estar conversando com alguém pelo celular, não configura crime. Lógico que se ela tiver mandado ou recebido alguma foto, tem o crime prescrito no ECA. Mas dele ir atrás dela, ou chegar a ter o contato com ela, não chegou ao conhecimento da Polícia Civil. Se tiver acontecendo fatos além dos que nos foi passado, que ela procure a Polícia Civil.”

Para a mãe, a angústia de não saber a quem recorrer. Para a filha o aprendizado de que uma simples conversa pode atrair coisas erradas.

Para as famílias em geral fica o alerta de estarem sempre de olho no que os filhos fazem na internet. “Todos os dias temos relatos de pessoas que tiveram contatos com pedófilos ou mesmo pessoas que agem de má fé”, diz a delegada.

Reportagem de Patrícia Urdiale

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