O número de animais silvestres e exóticos entregues voluntariamente aos órgãos de defesa do meio ambiente aumentou 71% em 2020. De janeiro a julho deste ano, foram devolvidos 575 bichos. No mesmo período de 2019 foram 336. O levantamento é do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O isolamento social devido ao novo coronavírus contribuiu para o atual cenário, conforme avaliação de Érika Procópio, analista ambiental do IEF e veterinária no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Belo Horizonte.
“No começo da pandemia, com as pessoas ficando mais tempo em casa, elas viram o que os animais sentem ao ficarem presos”, destacou.
A analista ambiental lembra ainda dos perigos em se ter um bicho silvestre em casa, como no caso de um estudante de Brasília que foi picado por uma cobra naja, uma das mais venenosas do mundo, no fim de julho.
“Além dos ataques, as pessoas devem levar em consideração as implicações. A melhor forma de não sofrer penalidades é fazendo a entrega voluntária. Nesse sentido, a pessoa não é punida. Não é preciso se identificar. Os interessados devem ligar para o IEF e agendar a entrega, pois não realizamos a busca nos domicílios”, enfatizou.
A lei prevê multa, que pode chegar a R$ 5 mil, e prisão de seis meses aos que criam ilegalmente esses animais.
Após a entrega, o IEF faz uma avaliação da saúde do animal, podendo devolvê-lo ao ambiente natural ou encaminhá-lo para espaços autorizados pelos órgãos ambientais.
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