O Tribunal de Catânia, no sul da Itália, condenou nesta terça-feira (13) o tunisiano Mohamed Ali Malek, 27, a 18 anos de prisão por conta do naufrágio de 18 de abril de 2015 com um barco lotado de imigrantes, que teria deixado mais de 700 mortos.
Malek, que era o capitão da embarcação, foi sentenciado por favorecimento à imigração clandestina, múltiplo homicídio culposo e naufrágio. Seu assistente, o sírio Mahmud Bikhit, 25, pegou cinco anos de cadeia. Ambos alegam que eram apenas passageiros do barco.
A embarcação havia partido da Líbia, que fica a menos de 300 km da Itália pelo mar Mediterrâneo. Por conta disso, a península é considerada a principal porta de entrada para imigrantes clandestinos na Europa.
No entanto, o barco naufragou no Canal da Sicília, e apenas 28 pessoas sobreviveram. É com base no relato desses indivíduos que chegou-se à estimativa de 700 mortos, já que até hoje os corpos das vítimas não foram recuperados. Se a cifra for confirmada, esse terá sido o pior desastre do tipo no Mediterrâneo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Malek e Bikhit foram os únicos detidos por causa do naufrágio. Segundo a acusação, a tragédia foi provocada pela superlotação da embarcação e pelas manobras “erradas” realizadas pelo tunisiano, que a levaram a colidir contra um pesqueiro que havia se aproximado para socorrer os imigrantes.
Segundo o projeto “Missing Migrants” (“Imigrantes Desaparecidos”), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 4,7 mil pessoas já morreram na travessia do Mediterrâneo apenas em 2016.
Ansa Brasil