A semana começou sem a maioria dos “amarelinhos” do parquímetro em Uberlândia. Esta terça-feira, 02 de maio, foi dia de mudança. A Instituição Cristã Assistência Social Uberlândia – Icasu, voltou a gerenciar a Zona Azul. Inclusive, a sede antiga, na Avenida Cesário Alvim, já está fechada. A nova sede será na Avenida Getúlio Vargas, nº 184.
Segundo Antônio Naves, presidente da Icasu, o local permitirá um trabalho mais concentrado e com sala de treinamentos para o pessoal que vai entrar. Ele vai contratar mais 27 agentes de fiscalização. Dos antigos, oito continuam trabalhando. A população continua pagando normalmente pelo serviço. “Funciona do mesmo modo que estava antes. Nós estamos buscando melhorias nesse atendimento”, diz Antônio Naves.
Um exemplo é o Edinaldo Borges. Era 8h da manhã quando registramos o momento em que ele pagava pela vaga no estacionamento da Avenida Cesário Alvim. Questionamos sobre os agentes e ele disse que quase não os tem visto, mas, na dúvida, faz o pagamento. “Tem que fazer [o pagamento], porque eu vou sair e de repente o carro não tá aqui mais ou tá uma multa.”
A Icasu vai assumir toda a estrutura de fiscalização de 2,5 mil vagas do rotativo. Nessa conta vão os parquímetros e aplicativos. A renda bruta média do rotativo é de R$ 250 mil todo mês. A instituição vai pagar os custos e o restante será entregue ao município para compra de medicamentos. “Toda a receita líquida oriunda da zona azul de Uberlândia será destinada para a compra de medicamentos para a saúde no município. Vamos atender às UAIs com medicamentos com a receita da zona azul”, afirma o presidente da Icasu.
A justificativa da escolha da Icasu foi publicada na última quinta-feira no Diário Oficial do Município. O município argumenta que a Icasu “dispõe de estrutura e expertise necessária para atender às necessidades do serviço público de forma emergencial”. Por 33 anos, até 2013, a Isacu gerenciou a zona azul da cidade. O sistema de pagamento pelas máquinas do parquímetro vai continuar operante.
A empresa que administrava o estacionamento rotativo na região central de Uberlândia foi retirada depois de um acordo de leniência com o Ministério Público Estadual (MPE). Esse acordo foi homologado na justiça e, com ele, a empresa se abstém de qualquer contrato público. Esse acordo acontece quando uma da artes é investigada em algum crime de ordem econômica. Desta forma, ela obtém algum tipo de vantagem em caso de pena.
A empresa operou o sistema estacionamento rotativo nos últimos dois anos. Saiu porque sócios estão envolvidos na investigação da Operação “Não Tem Preço”, da promotoria e da secretaria de estado de fazenda do estado. A ação desarticulou um esquema de aluguel de máquinas de cartão de crédito e débito utilizadas para ocultar faturamento de empresas e lavagem de dinheiro.
Repórter no local: Vinícius Lemos