Recentemente, o Congresso Nacional sancionou uma lei que transformou agosto no Mês do Aleitamento Materno, que ficou conhecido como Agosto Dourado. A ideia é reforçar que a amamentação é importante tanto para a mãe quanto para o bebê, e que os seus benefícios perduram até a vida adulta.

Carolina Oliveira, mãe de Victor Hugo, só conseguiu amamentá-lo naturalmente por apenas quatro meses. O motivo é que ela sofreu de mastite (inflamação das glândulas mamárias) e o desmame teve de ser forçado.

“Acho que é o maior trauma que tenho de não ter conseguido, em relação à maternidade, fiquei bem chateada mesmo”, disse Carolina.

Já Raíssa Dantas, mãe do pequeno Oto, espera que o desmame do filho ocorra de forma natural, independente de sua idade.

“Hoje eu tenho esse desejo, que o Oto se alimente de leite materno até quando ele quiser, e que é um processo duplo: ele vai me dando indícios de que ele ta bem sem o peito, e eu vou também, atendendo meus desejos como mãe e mulher. Se essa dupla, eu e o Oto, estivermos bem com a amamentação, que ela aconteça até quando for bom pra nós dois”, disse.

Reprovação em público

A amamentação em público é algo que muitos imaginam que deveria acontecer de forma natural, mas é comum ocorrer à reprovação de muitas pessoas, incluindo mulheres. Raíssa disse que se sentia constrangida no início, mas que conseguiu contornar o problema em prol do filho.

“No início, eu ficava um pouco constrangida, mas eu tinha convicções que estava fazendo o melhor pro meu filho, então acabava relevando, respirando fundo e tentando ignorar esses olhares, essa coação que o público faz”, explicou.

Raíssa, ciente da importância do aleitamento materno, chegou a produzir um documentário chamado Colostro, no qual outras mães explicam sobre as dificuldades e desafios da amamentação. Ele foi dirigido por Carlos Gabriel Ferreira e contou com financiamento público, através do projeto Da Pá Virada. O documentário está disponível gratuitamente no Youtube (clique aqui para assistir).

“Tendo contato com outras mães que também passaram por dificuldades foi muito importante pra mim e acho que pra elas, e acredito e espero que o documentário seja importante pra outras mulheres encontrarem informação de qualidade, que elas descubram e redescubram o banco de leite humano de Uberlândia, que foi fundamental na minha amamentação”, disse.

Importância do Banco de Leite

A coordenadora do Banco de Leite da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Marília Neves, disse que já viu essas histórias se repetirem várias vezes. E reforçou que o trabalho do banco não é apenas coletar leite humano, mas também apoiar e informar as mães sobre o aleitamento materno.

“A gente percebe que as gestantes se preparam para o parto, mas nem sempre se preparam para amamentar seus filhos, e exige um preparo. Apesar do aleitamento materno ser um ato determinado biologicamente, é um ato aprendido. A criança aprende a mamar e a mulher aprende a amamentar seu filho”, explicou.

Informações no local: Vinícius Lemos

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