“Se eu voltar algum dia ao Brasil, tem cláusula no contrato que dá ao São Paulo a preferência”, disse Pratto Fonte: Érico Leonan/São Paulo

Negociado ao River Plate por 11,5 milhões de euros (R$ 44,5 milhões), o centroavante Lucas Pratto se pronunciou na tarde desta segunda-feira, no CT da Barra Funda. Ausente do campo nesta tarde, o jogador concedeu entrevista coletiva sem o habitual uniforme de treino e explicou a única razão para ter deixado o Tricolor.

“Deixo claro o esforço de Raí e da diretoria para eu ficar no São Paulo. Sabem que meu pedido foi por uma questão complicada com minha filha na Argentina. Seria meu quarto ano no Brasil, e minha filha não me queria mais longe. Estou separado, então é uma questão complicada”, esclareceu o centroavante.

Durante o pronunciamento, Pratto reiterou que a proximidade com sua filha foi o motivo exclusivo de seu retorno a Buenos Aires e que os aspectos esportivos e econômicos não estiveram ligados à negociação.

“Tive proposta de outros clubes brasileiros, mas não é por dinheiro. Deixo dinheiro aqui, é uma questão pessoal. Falam que saio porque sou mercenário ou que não gosto daqui, mas projeto de 2018, com Raí, Ricardo Rocha e jogadores chegando é melhor que 2017. Mas minha saída não é econômica, desportiva ou desgosto”, ressaltou.

Dos 11,5 milhões de euros, embora detivesse apenas 50% dos direitos econômicos do jogador, o Tricolor terá direito a 8,5 milhões de euros (R$ 32,9 milhões), já que acionou uma cláusula existente no contrato para receber mais do que o previsto. Assim, recupera e ainda lucra com o investimento feito em fevereiro de 2017, quando o comprou do Atlético-MG por R$ 20,5 milhões.

“Agradeço, deixando bem claro que só sairia por proposta para a Argentina, nenhum clube de Brasil, China ou Europa, porque pedi para sair só se fosse para a Argentina e atendesse valores que São Paulo merece pelo esforço que fez”, explicou.

Sem ser convocado para defender a seleção argentina desde que Jorge Sampaoli assumiu o comando técnico da equipe, Pratto fez questão de dizer que a transação nada teve a ver com seu sonho de disputar a Copa do Mundo, na Rússia.

“Falam que volto para a Argentina por uma janela mais vistosa para a seleção, mas é mentira. Se eu fizer 15 gols no São Paulo ou no River, é a mesma coisa. A única desculpa é que minha filha precisa de mim”, reiterou.

Finalizando os agradecimentos à torcida, revelou que o contrato de venda para o River dá vantagem ao São Paulo num eventual retorno ao futebol brasileiro.

“Agradeço por terem atendido meu pedido, ao torcedor que me deu apoio. Neste ano, clube brigará por títulos e, se Deus quiser, terá conquistas. Se eu voltar algum dia ao Brasil, tem cláusula no contrato que dá ao São Paulo a preferência, porque se esforçaram por mim. Por isso, a preferência”, encerrou.

No total, o argentino marcou 14 gols em 48 jogos com a camisa tricolor, terminando 2017 como artilheiro da equipe. Agora, ele se junta a Hernanes como perdas da equipe neste começo de ano.

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