Quase um ano depois da final da Copa do Brasil de 2017, Flamengo e Cruzeiro se reencontram para um confronto decisivo de mata-mata, desta vez pelas oitavas de final da Copa Libertadores. O jogo de ida acontece às 21h45 desta quarta-feira, no Maracanã. A partida de volta está marcada para o dia 29 de agosto (quarta), também às 21h45, no Mineirão.
Na decisão de 2017, houve empate nos jogos de ida, no Maracanã (1 a 1), e volta, no Mineirão (0 a 0). Nos pênaltis, melhor para o Cruzeiro, que venceu por 5 a 3. No duelo do título, a escalação que conquistou o pentacampeonato teve Fábio; Ezequiel, Leo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique e Hudson; Robinho (Rafinha), Thiago Neves e Alisson (Elber); Raniel (Arrascaeta). O Flamengo jogou com Muralha; Pará, Réver, Juan e Trauco; Cuéllar e Willian Arão; Berrío (Rodinei), Diego e Everton (Lucas Paquetá); Guerrero.
Houve mudanças em relação às equipes do ano passado. Atletas considerado reservas em 2017, por exemplo, viraram titulares em 2018. As diretorias ainda recorreram ao mercado para reforçarem os respectivos elencos. O Superesportes mostra abaixo as principais modificações em Flamengo e Cruzeiro:
O que mudou no Flamengo?
Goleiro

Diego Alves já estava no elenco do Flamengo na final da Copa do Brasil de 2017, mas não pôde jogar contra o Cruzeiro por ter chegado ao clube carioca depois do encerramento do prazo de inscrições para a competição. Por isso, o então técnico Reinaldo Rueda buscou outras alternativas. Thiago, escolhido para guardar a meta flamenguista no jogo de ida, falhou no gol de empate da Raposa, marcado por Arrascaeta, após rebater nos pés do uruguaio bola chutada por Hudson. Na partida de volta, Rueda optou por Alex Muralha, que já era bastante contestado pelos torcedores rubro-negros em virtude de erros sucessivos. Para piorar sua relação com os flamenguistas, Muralha não acertou nenhum canto na disputa por pênaltis e viu o Cruzeiro converter as cinco cobranças (Leo, Henrique, Hudson, Diogo Barbosa e Thiago Neves). Ele acabou emprestado ao Albirex Niigata, do Japão, durante a temporada 2018. E Diego Alves assumiu de vez a titularidade no Fla, tendo César como primeiro reserva e Thiago no posto de terceiro goleiro.
2017: Muralha, Thiago e César
2018: Diego Alves, César e Thiago
Laterais

Os jogadores da posição são os mesmos, mas houve mudanças em relação às opções das comissões técnicas. Na final de 2017, Pará foi o lateral-direito, e Trauco jogou na esquerda. No confronto de 2018, tudo indica que Rodinei e Renê serão os alas do Flamengo diante do Cruzeiro. Enquanto o camisa 2 marcou um gol em 35 partidas oficiais, o dono do número 6 esteve em campo por 36 vezes, sem balançar a rede. Cada um contribuiu com quatro assistências este ano.
2017: Pará, Trauco, Rodinei e Renê
2018: Rodinei, Renê, Pará e Trauco
Dupla de zaga

O grandalhão Réver, de 1,93m, tinha Juan como companheiro de defesa na decisão da Copa do Brasil do ano passado. Em 2018, o veterano de 39 anos virou reserva, tendo disputado apenas 14 jogos oficiais até aqui. Quem forma dupla ao lado de Réver é o jovem Léo Duarte, de 22 anos, cria das categorias de base do Urubu. Vale lembrar que Rhodolfo, antigo titular da zaga rubro-negra, ficou afastado dos gramados por mais de um mês em decorrência de lesão muscular na coxa direita. Ele retornou aos trabalhos normais nessa segunda-feira, mas ainda não terá condições de estar em campo.
2017: Réver, Juan, Leo Duarte e Rafael Vaz
2018: Réver, Leo Duarte, Juan, Thuler e Rhodolfo
Meio-campistas

É um setor que passou por várias mudanças. O ‘intocável’ Willian Arão, notabilizado em 2017 por marcar muitos gols – foram nove em 67 jogos –, virou suplente nesta temporada. Isso porque o Flamengo tem atuado habitualmente com apenas um volante. E nesse cenário, o escolhido é o colombiano Gustavo Cuéllar, xodó da torcida flamenguista por causa do estilo de jogo de muita marcação e pegada no meio-campo. No banco para essa função, a novidade é o paraguaio Piris da Motta, contratado ao San Lorenzo-ARG por US$ 3 milhões. Na linha mais adiantada, com quatro integrantes, o único remanescente é Diego, já que Berrío está machucado e Everton foi contratado pelo São Paulo por R$ 15 milhões. Os outros três são o ex-cruzeirense Everton Ribeiro, Marlos Moreno e Vitinho – este último comprado do CSKA da Rússia, por 10 milhões de euros (R$ 43 milhões). Lucas Paquetá, que também jogou a decisão da Copa do Brasil de 2017 (fez o gol do Fla no embate de ida), cumprirá suspensão automática na Copa Libertadores (levou três cartões amarelos na fase de grupos) e por isso não enfrentará o Cruzeiro no Maracanã.
Volantes
2017: Willian Arão, Márcio Araújo, Gustavo Cuéllar, Rômulo
2018: Gustavo Cuéllar, Willian Arão, Rômulo, Jean Lucas, Ronaldo e Piris da Motta
Meias
2017: Everton, Diego, Mancuello, Lucas Paquetá, Matheus Sávio e Gabriel
2018: Everton Ribeiro, Diego, Lucas Paquetá, Geuvânio e Matheus Sávio
Ataque

Responsável pela melhor chance do Flamengo na partida de volta da final da Copa do Brasil de 2017 – um chute de fora da área no travessão –, Guerrero tem contrato com o clube somente até sexta-feira (10/8) e dificilmente acertará a renovação. Com isso, o colombiano Fernando Uribe, contratado ao Toluca-MEX, será a esperança de gols do rubro-negro na Copa Libertadores. Os 61 gols marcados em 119 partidas pela agremiação mexicana o credenciaram a ganhar uma sequência no Brasil. Até aqui, o gringo fez apenas um gol e colaborou com uma assistência em seis jogos. Henrique Dourado, que perdeu espaço no grupo, e o jovem Lincoln, de 17 anos, correm por fora.
2017: Berrío, Guerrero, Vinícius Júnior e Felipe Vizeu
2018: Marlos Moreno, Fernando Uribe, Henrique Dourado, Vitinho e Lincoln
Técnico
Derrotado nas finais da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana de 2017, o colombiano Reinaldo Rueda trocou o Flamengo pela Seleção Chilena em janeiro de 2018. A direção rubro-negra, então, apostou num velho conhecido: o já rodado Paulo César Carpegiani, de 69 anos, comandante da equipe nas conquistas da Copa Libertadores e do Mundial, em 1981, e do Campeonato Brasileiro, em 1982. Carpegiani até conseguiu aproveitamento expressivo (70,5%) – 11 vitórias, três empates e 3 derrotas –, mas acabou demitido em março, após a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca para o Botafogo. Diante da escassez de profissionais que atendessem as (ou às) exigências do clube, a solução foi apostar em Maurício Barbieri, de 36 anos, então assistente técnico permanente. O interino teve a efetivação confirmada em 28 de junho. Com ele, o Flamengo disputou 24 partidas, com 12 vitórias, nove empates e apenas três derrotas. O trabalho dele vem recebendo avaliações positivas, pois a equipe está em segundo no Campeonato Brasileiro (34 pontos) e segue na briga pelos títulos da Libertadores e também da Copa do Brasil.
O que mudou no Cruzeiro?
Laterais

Apesar de ser contestado pelos cruzeirenses, o lateral-direito Ezequiel, que detém a confiança do técnico Mano Menezes, foi titular tanto no Maracanã quanto no Mineirão na final da Copa do Brasil de 2017. Ele não comprometeu nessas partidas, dedicando-se mais às obrigações defensivas, sem avançar tanto à linha de fundo. No jogo contra o Flamengo, pela Copa Libertadores, a Raposa terá entre os onze iniciais Edilson, que apresenta características mais ofensivas e costuma chutar bem de média e longa distância. A preocupação é com relação à retaguarda, já que Mano Menezes chegou a optar em algumas ocasiões por Lucas Romero na função. Só que o argentino, com poder maior de marcação que o ex-jogador do Grêmio, cumprirá suspensão nesta quarta-feira. Na lateral esquerda, houve uma espécie de troca: Diogo Barbosa foi negociado com o Palmeiras, que, por sua vez, não renovou com Egídio, contratado pelo Cruzeiro em novembro do ano passado. O novo camisa 6 deu continuidade ao bom futebol apresentado por seu antecessor e colaborou até aqui com sete assistências em 34 jogos.
2017: Ezequiel, Lucas Romero, Lennon, Diogo Barbosa e Bryan
2018: Edilson, Lucas Romero, Ezequiel, Egídio, Marcelo Hermes e Patrick Brey
Dupla de zaga

Por causa da lesão de Manoel, no quinto metatarso do pé esquerdo, e das más atuações do equatoriano Kunty Caicedo, o prata da casa Murilo ganhou sequência ao lado de Leo na reta final da Copa do Brasil de 2017. Na decisão contra o Flamengo, teve atuação segura e conseguiu conter os avanços dos habilidosos Everton e Lucas Paquetá. Em 2018, começou a temporada como titular, mas caiu de rendimento ao cometer falhas de posicionamento em partidas importantes da equipe, como na derrota por 4 a 2 para o Racing, em Avellaneda-ARG, pela Copa Libertadores. Como Dedé se recuperou definitivamente de lesão no joelho esquerdo, Murilo perdeu a posição. Por sua vez, o ‘Mito’ vem fazendo boa parceria com Leo e até virou arma ofensiva com seus 1,92m de altura: marcou dois gols de cabeça em 29 partidas na temporada.
2017: Leo, Murilo, Manoel, Caicedo, Dedé e Arthur
2018: Leo, Dedé, Manoel, Murilo e Cacá
Volante

Na Copa do Brasil de 2017, Hudson correspondeu positivamente ao ser selecionado por Mano Menezes para suprir a ausência do lesionado Ariel Cabral. Ao longo do mata-mata, marcou dois gols importantes – nas vitórias sobre São Paulo, por 2 a 0, no Morumbi (jogo de ida das oitavas de final); e Grêmio, por 1 a 0, no Mineirão (jogo de volta das semifinais). Na decisão, foi o responsável pelo chute de fora da área que originou o gol de empate de Arrascaeta, no Maracanã, e converteu sua cobrança de pênalti no duelo de volta, no Mineirão. Apesar de ter sido fundamental para o pentacampeonato da Copa do Brasil, acabou regressando ao São Paulo, após a diretoria do Cruzeiro se recusar a pagar R$ 5,7 milhões por 50% de seus direitos econômicos. A Raposa preferiu investir R$ 6 milhões em Bruno Silva, do Botafogo, que até aqui colecionou bons e maus momentos e não conseguiu a titularidade. Quem ganhou espaço com atuações consistentes na fase de grupos da Copa Libertadores foi Lucas Silva, suplente na temporada anterior. Além de ser o responsável pela saída de bola da equipe no meio-campo, o camisa 16, que ainda pertence ao Real Madrid, marcou o segundo gol celeste na vitória sobre o Racing por 2 a 1, no Gigante da Pampulha, resultado que valeu a liderança do Grupo 5, com 11 pontos e 10 gols de saldo.
2017: Henrique, Hudson, Ariel Cabral, Lucas Romero e Nonoca
2018: Henrique, Lucas Silva, Ariel Cabral, Lucas Romero e Bruno Silva
Setor ofensivo

A principal troca no ataque do Cruzeiro foi a saída de Alisson para o Grêmio e a contratação de David ao Vitória, por aproximadamente R$ 10 milhões. Enquanto o primeiro tem jogado com regularidade por seu clube – marcou cinco gols em 29 partidas –, o segundo conviveu com lesões musculares no primeiro semestre e só esteve em campo em sete ocasiões, sem balançar a rede. Se o sucessor da camisa 11 ainda não apresentou em Belo Horizonte o potencial demonstrado em Salvador, o número 10 Arrascaeta regressou em alta depois da Copa do Mundo, com três gols em sete partidas, além do repertório de dribles, faltas sofridas e jogadas de velocidade. O técnico Mano Menezes ainda contará com as experiências de Robinho, Thiago Neves, Rafinha, Hernán Barcos e Rafael Sobis, e o histórico decisivo de Raniel, este responsável pelo gol da vitória azul sobre o Santos por 1 a 0, na Vila Belmiro, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil de 2018.
Meias
2017: Alisson, Elber, Thiago Neves, Arrascaeta, Robinho, Rafinha
2018: Thiago Neves, Arrascaeta, Robinho, Rafinha e Mancuello
Atacantes
2017: Rafael Sobis, Raniel e Ramón Ábila
2018: Rafael Sobis, Barcos, Raniel, Sassá e Fred