Final entre Palmeiras e Corinthians é a primeira entre as equipes neste século Fonte: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Reduzido no calendário por ser ano de Copa do Mundo e em queda de importância nos últimos anos pela priorização de outros torneios, o Campeonato Paulista termina neste domingo de forma apoteótica. A rivalidade centenária entre Palmeiras e Corinthians resgata a importância do dérbi e faz o título ter mais peso por ser conquistado em cima do maior adversário.

A decisão no estádio Allianz Parque, em São Paulo, a partir das 16 horas, tem o Palmeiras com a vantagem. Depois de vencer o rival por 1 a 0 no jogo de ida, na Arena Corinthians, a equipe precisa de um empate para voltar a ser campeã estadual após 10 anos. Já o Corinthians precisa da vitória. Em caso de diferença mínima, a decisão irá para os pênaltis.

A importância de uma final entre os dois clubes, a primeira neste século, mexeu bastante com as diretorias. Ambas se organizaram para realizar treinos abertos no sábado pela manhã, em uma espécie de queda de braço pela demonstração de poder. O Palmeiras teve a preferência por ter solicitado formalmente a atividade. Restou ao Corinthians transferir o trabalho para sexta-feira à noite.

A busca dos times por se aproximar do torcedor às vésperas do clássico traduz o clima de expectativa na cidade pelo dérbi. Desde 2003 dois times da capital não se enfrentavam em uma decisão e o último encontro entre Palmeiras e Corinthians em uma final de Paulistão foi em 1999.

O ambiente de ansiedade fez o técnico alviverde, o gaúcho Roger Machado, notar um comportamento diferente da torcida. “A rivalidade tem aumentado, esse dérbi fazia muito tempo que não se disputava em uma final. O peso aumentou. A nossa responsabilidade, também”, afirmou.

A equipe dona da casa encerrou a preparação para a partida com um inédito treino aberto no estádio Allianz Parque na manhã deste sábado. A arena ficou lotada depois de ser necessário abrir uma carga extra de ingressos para dar conta da demanda.

A única alteração para a final deve ser a entrada de Moisés na vaga de Felipe Melo, suspenso após a expulsão na partida de ida. A promessa de Roger Machado é de atacar o rival e não se acomodar com a vantagem.

O Corinthians usou a semana livre para se preparar e recuperar fisicamente os jogadores. É o caso, por exemplo, de Jadson, que se recuperou de um problema muscular e volta ao time no lugar de Emerson Sheik. O técnico Fábio Carille escolheu Romero para substituir Clayson, suspenso.

Apesar da necessidade de vitória, Fábio Carille nega que vá mandar o time todo para o ataque. “Em clássicos assim, decisões, toda vantagem é importante. Mas é o mínimo, um gol de diferente, a gente não pode se atirar, porque se toma um gol é pior. Não tempos que ir lá para desespero”.

Preocupado com a segurança de seus torcedores, o Corinthians não pretende organizar nenhuma celebração caso conquiste o título neste domingo. A ideia é fazer uma festa na partida contra o Fluminense, no domingo que vem, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, na Arena Corinthians.

RESGATE – Outro ponto curioso da decisão é o retorno de tradições. O jogo do título será realizado no local do primeiro encontro entre os rivais, em maio de 1917, que teve vitória do então Palestra Itália por 3 a 0. No antigo estádio mais de 30 dérbis foram realizados até 1940, ano de inauguração do Pacaembu.

A decisão estadual disputada com uma partida na casa corintiana e outra no lar alviverde é uma combinação rara na história. A última vez em que esse roteiro transcorreu foi pelo Paulistão de 1936, com título conquistado pelo então Palestra Itália. Foram três jogos no início de 1937. No primeiro, em seu campo, o Palestra venceu por 1 a 0. No Parque São Jorge houve empate sem gols e no terceiro, mais uma vez no Palestra, nova vitória alviverde por 2 a 1.

O Corinthians festejou a conquista do Paulistão de 1954, o do Quarto Centenário da cidade de São Paulo, com empate por 1 a 1, no Pacaembu. No Morumbi, o Palmeiras soma duas conquistas importantes. A de 1974, quando deixou o rival na fila de títulos por 20 anos, e o de 1993, quando saiu do jejum de 17 anos sem taça. O Corinthians só deu o troco em 1995 e repetiu a dose em 1999.

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