Quem compareceu ao Mineirão na noite desta segunda-feira assistiu a um espetáculo recheado de gols, defesas importantes, bolas na trave e gritos eufóricos do público. Sem dúvidas, o empate por 3 a 3 entre Cruzeiro e Grêmio, no Gigante da Pampulha, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro foi digno dos melhores confrontos do futebol nacional em 2017. O resultado em si é que não agradou nenhum dos clubes. A Raposa manteve a oitava colocação na competição, com 11 pontos, enquanto o time gaúcho permaneceu em segundo, com 19.

É preciso, no entanto, ressaltar o espírito de luta cruzeirense. Outrora criticado pela falta de pontaria na conclusão de seus ataques, o time mostrou bom aproveitamento ofensivo. Além dos gols de Thiago Neves, Rafael Sobis e Robinho, Alisson acertou a trave por duas vezes, e o goleiro Marcelo Grohe fez uma ótima defesa no primeiro tempo. O Grêmio também não ficou por baixo, uma vez que exigiu pelo menos três grandes intervenções de Fábio. No fim das contas, Tricolor é quem lamenta, pois esteve duas vezes à frente do marcador (2 a 0 e 3 a 2). Demonstrando muita bravura, o Cruzeiro conseguiu a igualdade e deu esperanças ao seu torcedor de que pode melhorar ao longo da temporada e fazer justiça ao bom elenco que tem.
Na próxima quinta-feira, às 19h30, o Cruzeiro visitará a Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. No mesmo dia, às 21h, o Grêmio receberá o Coritiba na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
Raposa vai bem, mas sai em desvantagem
De um lado o Grêmio, vice-líder do Campeonato Brasileiro, dono do ataque mais positivo (18 gols antes do início da partida) e conhecido por ser uma equipe de muita qualidade no toque de bola. Do outro o Cruzeiro, que, apesar de ter sofrido apenas cinco gols, foi derrotado no Campeonato Brasileiro justamente em função de equívocos de seu sistema defensivo. A Raposa, entretanto, contrariou os números e começou o confronto em cima do adversário. Com o setor ofensivo mais leve – Robinho, Thiago Neves, Alisson e Rafael Sobis –, os comandados de Mano Menezes pressionaram a saída de bola gremista e logo aos 4min criaram a primeira situação perigosa. Alisson recebeu de Thiago Neves, fintou Edílson e chutou forte, com o pé esquerdo, na trave direita de Marcelo Grohe.
Até em função do primeiro ataque, o Cruzeiro continuou jogando bem no Mineirão. Teve o domínio da posse de bola, ocupou o campo ofensivo e acuou o Grêmio. Contudo, as falhas de marcação complicaram a equipe. Como aos 16min, quando Luan bateu escanteio no primeiro poste, em jogada premeditada. Kannemann desviou, a redonda tocou na trave esquerda e sobrou limpa para Everton marcar: 1 a 0. Atordoado com o gol sofrido, o time celeste quase levou o segundo, em contra-ataque puxado por Cortêz e concluído por Luan. Fábio saiu bem no lance e abafou a jogada.
Passados alguns minutos, o Cruzeiro respirou fundo e se reencontrou. Ainda que um pouco desorganizado, o time voltou a atacar. Numa bonita troca de passes entre Alisson, Ariel e Rafael Sobis, Thiago Neves bateu firme, mas por cima do gol. Aos 35min, Sobis ganhou o rebote de escanteio e, da entrada da área, exigiu grande defesa de Marcelo Grohe. Aos 37min, Alisson – tão cobrado pela falta de pontaria nas finalizações –, voltou a fazer o mais difícil, que é acertar exatamente a trave esquerda. Pouco tempo depois, o lateral-esquerdo Diogo Barbosa atingiu Ramiro em disputa pelo alto e foi advertido com o cartão amarelo. Mano Menezes, irritado com o lance, reclamou muito e acabou expulso. Na execução da jogada, Everton ficou com a sobra, chutou rasteiro e Fábio espalmou para a pequena área. Aí apareceu Michel, tranquilo e sem nenhum cruzeirense na cola: Grêmio 2 a 0. Só que o jogo era lá e cá. E finalmente o Cruzeiro desencantou. Thiago Neves, aos 45min, aproveitou-se de bola mal afastada por Kannemann e diminuiu no Gigante da Pampulha: 2 a 1. O Tricolor, por sua vez, esteve perto de ampliar já nos acréscimos: Everton recebeu presente de Diogo Barbosa e só não fez o terceiro porque Fábio saiu bem para defender.
Emoção até o fim
Ofensivamente, o Cruzeiro foi bem na etapa inicial. E por isso, a base foi mantida. Estratégia que surtiu resultado aos 2min. Após chutão de Leo, Thiago Neves ajeitou no campo de ataque e deu assistência precisa para Rafael Sobis empatar: 2 a 2. Mas não dava para desviar os olhares do gramado. O Grêmio novamente se colocou à frente aos 14min. Pedro Rocha recebeu de Luan, chutou cruzado e Fábio defendeu parcialmente. Na sobra, Ramiro fez 3 a 2. Só que o Cruzeiro, muito valente em campo, estava disposto a dificultar para o postulante ao título. Aos 17min, Robinho apareceu livre na grande área e finalizou no canto direito de Marcelo Grohe: 3 a 3.
As equipes continuaram no sistema “lá e cá”. O Grêmio gelou a barriga dos cruzeirenses aos 34min, no lance em que Ramiro, sozinho, cabeceou para fora. Já nos acréscimos da etapa complementar, Elber, que havia entrado há pouco tempo, livrou-se do adversário e bateu bonito de esquerda. A redonda triscou o travessão e saiu para a linha de fundo. Se nenhum clube saiu com os três pontos de Belo Horizonte, uma coisa é certa: as duas torcidas assistiram a um grande espetáculo na capital mineira!
Superesporte

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