A série de denúncias contra o ex-presidente do Cruzeiro Wágner Pires de Sá, publicadas por vários veículos de imprensa na última semana, mostraram que o ex-dirigente usou e abusou do cartão corporativo do clube. Para se ter ideia, só em restaurantes de luxo e procedimentos em clínica de estética, foram R$ 86 mil gastos.
No momento em que o mundo é assolado pela pandemia do novo coronavírus, e que o clube segue sendo protagonista de uma série de absurdos nos bastidores – o que teve como reflexo o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, um importante questionamento vem à tona.
Será que este dinheiro não seria melhor utilizado, na atualidade, para ajudar aqueles que necessitam de doações? Isolados em casa, muitos não têm condições de sustentar as respectivas famílias e, a falta de alimento, é um dos principais problemas enfrentados.
Enquanto vários atletas e também dirigentes se mobilizam para fazer doações, os quase R$ 90 mil gastos por Pires trocaram a solidariedade por futilidades. Para se ter ideia, se ainda tivesse esta quantia em caixa, a Raposa poderia investir em aproximadamente 1196 cestas básicas – este é o valor médio das cestas doadas pela prefeitura aos chamados “vulneráveis”.
De acordo com o Ipead (Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais), o valor médio das cestas na capital, no mês de março, era de R$ 476,43. Nela, constam treze produtos: chã de dentro, café moído, óleo de soja, arroz, farinha de trigo, açúcar cristal, leite pasteurizado, batata inglesa, feijão carioquinha, manteiga, pão francês, banana caturra, tomate Santa Cruz. Esta cesta, porém, é calculada para um trabalhador de idade média, no período de um mês; o que daria 180 cestas com os R$ 86 mil.
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