Vacinação é estratégia fundamental para evitar o desenvolvimento da doença, mortes e sequelas
O Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado neste domingo (24), trata sobre a importância de conscientizar a população sobre a doença. Em Minas Gerais, entre 2017 e 2022, foram registrados 4.204 casos de meningites, com 503 óbitos (vide tabela abaixo). A vacinação é uma estratégia fundamental para evitar o desenvolvimento da doença, mortes e sequelas.
A referência técnica em Meningites da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fernanda Barbosa, explica que em termos gerais toda a população é suscetível às meningites. Porém, as crianças menores de 5 anos, sobretudo aqueles com menos de 1 ano, são vulneráveis em maior intensidade. “Para os menores de 5 anos, há vacinas disponíveis no calendário, o que diminui as chances de contrair meningites e a doença meningocócica”, explica Fernanda.
Outro ponto de atenção é quanto aos adolescentes. Em boa parte das vezes, indivíduos dessa faixa etária são portadores da bactéria meningococo, de forma assintomática, mas passíveis de transmissão a outras pessoas. “Eles acabam não desenvolvendo a doença, mas transmitem a bactéria para outras pessoas. Então é necessário um olhar também para esses adolescentes, para que eles tenham o cartão de vacina em dia, o que evita que se desenvolva a doença e também a transmissão”.
A doença
Os principais sintomas das meningites são dores de cabeça, febre, vômitos, rigidez da nuca. As crianças menores e os bebês podem apresentar irritabilidade. “Sempre que uma criança ou adulto tiver algum desses sintomas característicos, deve procurar imediatamente o atendimento em serviço de saúde para que o tratamento médico seja iniciado. Lembrando que a doença meningocócica tem uma evolução muito rápida, podendo levar a óbito em 24 horas”, explica a referência técnica em Meningites da SES-MG, Fernanda Barbosa.
A Secretaria mantém a vigilância desse agravo de forma ativa, de modo que todo caso seja notificado e acompanhado. “Além disso, buscamos que o material coletado para exame seja enviado à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para que seja analisado e sorogrupado. Dessa forma é possível avaliar a eficácia da vacina e saber os agentes que estão circulando no território. Isso facilita a tomada de medidas mais assertivas”, afirma Fernanda.
Imunização
A técnica ressalta que muitas vezes a lembrança imediata é sobre o risco de óbitos causados pelas meningites. “Temos também as situações de sequelas, como a surdez e amputação de membros”, diz.
Fernanda Barbosa frisa que em Minas Gerais está garantida a aplicação de imunizantes para os adolescentes que não compareceram durante os anos de 2020 e 2021 e posteriormente completaram idade que estaria fora da faixa de público que permitiria a imunização. “O entendimento é que esses foram anos atípicos. Por isso a decisão visa garantir o acesso”, afirma.
Regularmente, a rede pública de saúde oferece, gratuitamente, vacina contra as formas mais graves de meningite, como a meningocócica C e ACWY. “A primeira é para 3 meses, 5 meses e um reforço aos 12 meses. A vacina ACWY é voltada para o público de adolescentes, de 11 a 12 anos de idade”, ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Josianne Dias Gusmão.
Este ano, o Calendário Nacional de Vacinação também está oferecendo gratuitamente, até julho, a vacina meningocócica C (Conjugada) para crianças de até 10 anos, 11 meses e 29 dias de idade que não tenham nenhuma dose do imunizante registrada no cartão.
Agência Minas