Pesquisa atribui diminuição a fatores como alta no preço e mudança em hábitos alimentares de crianças e adolescentes

Antes considerado a estrela do famoso “prato feito” dos brasileiros, o feijão vem perdendo cada vez mais espaço na mesa das famílias. Na última década, o consumo do grão caiu cerca de 26% no país, segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Feijão.

 

 

A pesquisa mostra que, em 2021, cada habitante consumiu, em média, 14 quilos de feijão; foram 5 a menos do que em 2011, quando cada brasileiro consumia, aproximadamente, 19 quilos.

 

Com a diminuição da demanda, despencou também o plantio. Enquanto, há 10 anos, eram produzidas 3,7 toneladas do grão no Brasil; no ano passado, a safra reduziu para 2,9 toneladas.

 

Para o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão, essa queda significante no consumo pode ser explicada por fatores como a alta no preço do produto e a mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros, principalmente, entre adolescentes e jovens, que acabam dando preferência para refeições prontas e industrializadas. “O fast-food faz uso do marketing; um marketing bastante pesado”, argumenta o presidente do instituto, Marcelo Luders.

 

Os restaurantes por quilo também podem ter ajudado na redução do consumo. Isto porque, na hora de se servir, o cliente quase sempre dá preferência às saladas, que são mais leves, e também às carnes que, no mercado, estão com os preços nas alturas, mas, no buffet, custam o mesmo preço que o feijão.

 

A casa da Andrea está entre os diversos lares brasileiros onde o feijão nem chega ao papel de coadjuvante. E nem adianta insistir, porque no prato dos pequenos, ele nem tem chance. Já para o marido da empresária, o grão sempre será o protagonista. “Eu amo feijão!”

 

A nutricionista Mayara Rocha recomenda consumir o feijão pelo menos três vezes por semana. Porém, se não for possível, o ideal é que o grão seja substituído por hortaliças verde-escuras, como couve e brócolis, e até beterraba. “Elas [as verduras] auxiliam, por exemplo, na redução de colesterol, triglicerídeos, glicemia; ajuda também no funcionamento do intestino e na saciedade, pois contém grande quantidade de fibra”, explica a especialista.

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