Presidente chegou a chamar integrante do STF de “criminoso”
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta 3ª feira (2.ago) uma afirmação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o magistrado interferiu politicamente no Parlamento para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso não fosse aprovada. De acordo com Barroso, o chefe do Executivo federal mentiu.
No ano passado, a PEC recebeu 229 dos 308 votos que precisava para ser aprovado e, assim, foi arquivada. Em entrevista à Rádio Guaíba, nesta 3ª feira, ao abordar o assunto, Bolsonaro chegou a chamar Barroso de “criminoso”: “Quando você fala do voto impresso, no ano passado, o Congresso ia aprovar o voto impresso numa PEC. O que o Barroso fez? Ele era presidente do TSE. Foi dentro do Parlamento, nem tentou fazer escondido, para dentro do Parlamento, se reuniu com uma dezenas de líderes e, no dia seguinte, vários líderes trocaram os integrantes das comissões, de modo que eles votaram contra a PEC do voto impresso. Foi para plenário, nós ganhamos, mas não conseguimos 308 votos no plenário. Perdemos. Então, interferência direta do Barroso dentro do Congresso Nacional, para não aprovar o voto impresso. Interferência política, isso é crime previsto na Constituição. O Barroso é um criminoso”.
Pelo Twitter, o ministro do STF, por sua vez, disse depois que “mentir precisa voltar a ser errado de novo”. “Compareci à Câmara dos Deputados, como presidente do TSE, para debater o voto impresso, atendendo a TRÊS CONVITES OFICIAIS. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores”, completou.